terça-feira, 22 de dezembro de 2009



ISSO É VIDA?

O que fizer hoje
Será o alicerce
Do amanhã...

És um escravo
Que constroe
A pirâmide da vida,
Desgasta-se
Para construí-la
Da base
Até sua última pedra
E quando chegar ao topo
Olharas
Para baixo
E veras
Que quando viveste
Mais intensamente (ou insanamente?)
Foi quando trabalhaste mais
Formando uma estrutura
Sólida
Para sustentar
Apenas uma frágil pedra
Que és teu maior desejo:
Sucesso.

(a que preço
padeces
por tal apreço?)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

HOJE É MEU OCTOGÉSIMO POST... e vamos em frente...



UMCINCODOZESETETRES

Entre a nascença e a morte,
Entre cada ano,
Entre o dia e a noite
Existe uma vida,
Uma única vida.
Vive-la que é o problema!
Hoje eu nasci,
E morro mais um ano,
Para mim,
E para as pessoas que por mim
Passam.
Mais cabelos brancos
Adquiridos com vivência e
Acúmulo de carga!
Peso e dor na consciência
Ganhos com anos
De falta de paciência!
É ... hoje...
Hoje, eu nasci a trinta e seis anos atrás...
E continuo querendo viver
Até não poder mais,
Só que para isso
Preciso dar o melhor
De minha vida
A quem minha vida é!
Hoje,
No dia em que vim ao mundo
Fico vendo as horas passarem
Esperando que os ponteiros
Marquem sete e meia da noite,
A hora do meu nascimento
E a virada
Para mais um dia
Desse corpo morrendo...
Viva,
Viva o meu dia
Viva com toda a alegria
Viva mais um ano de amor
Que de mim irradia
(antes que me acabe)
Aí...
Eu e vocês...
Quem é que sabe...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



MENTE WEISS

O álcool me deixa lúcido
O sonho me acorda com ressaca...
Ainda vou escondido, para Cuba!
Ou para a África a procura do Baobá,
A árvore sagrada e caixa d’água da savana...
...
Eu visto de cima,
De fora do meu corpo:
A traça descoberta, achada, encontrada...
Rôo em minha mente
Palavras soltas que cercam a fé
Tais como, respeito e paz.
E vulnerabilidade
Se encaixa aqui?
Hum...
Meu tempo está fragmentado...
...
(Vinho sem companhia é puro álcool)
...
Olha o que me veio a mente:
O verde acalma a alma
Liberta o inconsciente,
Cada chuva pesada vinda
Com vento forte,
Lava a terra e espanta as sombras
Que ainda existem em mim.
...
De onde veio essa idéa?
Vai
Saber...
Se soubesse já tinha me libertado...
...
Sua história não é a minha
Seu clima também não!
(não preciso de tantas roupas)
...
Me transformarei em louça limpa,
Ainda molha em cima da pia,
A espera...
Secando...
Estático...
Esperando que me levem a gaveta de costume,
Me empilhem,
Fechem o armário
E sigam suas vidas,
Como se nada tivesse acontecido.
Aqui fico,
Até que portas se abram novamente.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009



PEDAÇO DE SUBSTÂNCIA SÓLIDA

Preto é a cor predominante
Nos sonhos que não possuo
Ou nunca lembro.
A lembrança é forma de sonho
Ou estado de presente
Preso ao passado?
São vagos...
E confusos os pensamentos
Que tenho a respeito de ser,
O ser tornando-se,
O ser sendo,
Apenas no sentido de ser...
Existir...
Sem poder divino,
Sem natureza humana,
Ser... somente ser...
Como uma pedra
Que atiramos ao lago sem pestanejar,
Que agora possuirá uma vida de pedra
Subaquática...
Ser,
Não importa onde estiver.
Essência de pedra atirada ao relento
De cada noite...
Serei uma pedra,
Por não sonhar?
As lembranças e sonhos futuros
Não seriam parte do presente,
Por estarem nesse momento se passando
Por minha cabeça?
Se lembro e penso agora,
Isso não é presente?
(sem passado... nem futuro...)
Pedra...
Quero ser uma pedra
Atirada ao lago
E viver uma nova vida
Subvida,
Sobrevivida...
Como é difícil ter vida de pedra!
(pedra com graça, vivacidade e espírito)
Sou inorgânico...
Afinal, como me chamam
Sou sal:
A derradeira pedra
No jogo da existência
Dessa vida banal.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009



A POUCA DISTÂNCIA

Atualmente me corto
Mais ao fazer a barba,
Coisa que jovem não faz,
Não a barba, se cortar.
O tempo nos deixa
Cada vez mais vacilante,
O que é preocupante,
Pois barba se faz cotidianamente
E não tenho tanta pele a gastar.
O que o tempo nos faz...
Nos leva a subsistir.
Cada vez mais,
Existindo individualmente,
Necessitando dos outros para tudo!
Como pode ser?
Haverá um dia próximo,
Que tremulo,
Olharei para o espelho
(com a lâmina afiada na mão)
Fitando a barba
(e o pescoço)
Por fim,
Desistirei de fazê-la
Deixando-a sempre por vir
Até atingirmos o chão.

(Barba e
Corpo
Confundem-se
Dentro de qualquer caixão)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009



VIL

O tempo muda
As pessoas,
Os lugares,
As idéias,
Os costumes,
As alegrias,
Os amores,
As brincadeiras,
Os rumores
De que a vida
É passageira...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



SENTIDO OPOSTO

Na mesma reta
Após várias curvas
Da mesma estrada
Em sentidos opostos
E velocidades diferentes...
A estrada da vida
(e seus desvios)
Nos leva a cada caminho que nunca esperamos:
Quem diria que por milésimos de segundos
Estaríamos no mesmo lugar,
Lado a lado,
Olho no olho?
Zummmm
Agora é só uma imagem no retrovisor...
Cada vez mais longe,
Cada vez menor,
Até sumir no horizonte.
A vida devia ser vivida
Em slow motion,
Quadro a quadro,
Assim aproveitaríamos
Cada milésimo de segundo
Como se fosse
O fim de nossos tempos
As linhas de nossas vidas
(dead line).
A imagem esta gravada
Como foto de minha memória,
(foto fria e amarelada)
Pois a estrada agora
Nos coloca como opositores,
Como moventes
Separados por linhas continuas
Que nos proíbem de ultrapassar
Para ficarmos do mesmo lado
E seguirmos o mesmo caminho.
Chegas ao ponto de partida,
Chego ao ponto de chegada,
Fim da viagem.