quinta-feira, 26 de agosto de 2010



UM ÚNICO MESTRE

É Ricardo,
O Alberto também é meu mestre!
“ Um homem comum,
Próximo à natureza, rústico
E ingênuo, desejando
Simplesmente ser”.
O que é difícil Alberto,
É somente ser nos dias de hoje...
Ser, por aqui não basta!
Mira.
Vivido em estado de bulling residencial,
Aprendi, na marra a ser um nada
Assim como queria ele, ou odiava.
(não posso mais saber!)
Vou largar tudo, desistir dessa vida
Que nunca quis pra mim!
Como devo ser melhor
Se não sei ser tal ser?
É...todos os seus medos tornaram-se
Realidade,
Implantados à força em minha
Alma...
Sou seus piores pesadelos...
E foste tu que me fizeste a mim!
(assim como sou).
Como então ser somente?
Ouvi certo dia de um dia quase tarde:
“Uma guerra nunca deve ser travada,
Principalmente se for com você mesmo!”
Difícil...
Tudo,Ricardo, deveria ser como as palavras de nosso mestre:
“ (…) Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta”. (...)
“ (…) gosto dela (pedra) por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo”. (…)
Hoje pergunto a ti Alberto e Ricardo e a todos:
“ Basta existir para ser completo?”

Assim vou vivendo!
Só que...
Mais da metade das alegrias da vida
Um dia acaba...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010



MUDA

Tempo curto...
Mudamos,
Mudamos para distanciarmos
Do que somos,
Ou de quem amamos?
Para onde foste?
Onde estas?
O que fez o mundo contra ti
Ou a favor?
Mundo imenso, superpovoado
E cheio de rancor
Para onde levaste este amor?
Recubra seus sentimentos,
Volte a si
Mundo infinito
E traga de volta
Para o labirinto
Que sou, o verdadeiro amor,
Que me embriaga
E me zonzeia por efeito de pancada
Nessa longa jornada
Que é a vida
Vivida e abandonada.
Nesse exato momento
Não sou senhor do meu juízo,
Estou perdido, sem rumo,
Nesse mundo aturdido
Por esse desagradável incidente
Que foi mal entendido
Por aquela estrela cadente.
O desejo foi de estar junto,
O que entendeste
Oh! Caixeiro-viajante dos céus,
Por que fizeste tamanha confusão
em relação a meu pedido?
Se o que pedi foi unicamente
Que trouxesse meu amor
Para perto de mim,
Que ela ficasse girando
Na orbita desse sol eternamente.
Astro surdo!
Rogo-te uma praga:
derreta-se ao entrar
em meu mundo!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010



INTEGRAL

Certo que o futuro é insubordinado
E o passado ínfero,
Assumo o presente em pretérito
No momento
Que estás lendo.
O que ficou de nós?
Ficou?
O que escrevo fica,
Mesmo que empoeirado
No fundo de uma gaveta escura
E esquecida
(não mais aberta)
Mas fica!
Fica aos olhos de quem
As encontre.

Sem crer
Nem saber
De quem vieram
Por não as ter.
As palavras persistem
(antiquíssimas)
À frente de mim.