sábado, 27 de junho de 2009



A CANECA

A borra preta
No fundo da minha
Caneca companheira
Trouxe-me à lembrança
As noites passadas em branco
Com os pensamentos a mil.
Cada problema indo e vindo
Cada vontade explodindo
Cada sonho se esvaindo.
Caneca vazia de líquido
Mas cheia de ar
Noite que parece nunca mais
Acordar.
Travesseiro ouvinte
Travesseiro conselheiro
Travesseiro terapeuta.
Novamente
Saio a procura de minha caneca
Encho-a de café,
Bebo!
Amargor adocicado na língua.
Os pensamentos seguem o caminho do liquido,
Saem da cabeça
E se acomodam no estômago,
Retidos nas vísceras
Causam gastrite.
Úlcera:
A cólera do pensamento na barriga!
Pensamentos indigestos
Pensamentos insolúveis
Pensamentos molestos.
Preto pó diluído
Salvador da dor dos pensamentos
Beberei de ti
Se preciso for
Milhões de vezes mais
Dentro de minha caneca medicinal
O preto líquido
Não deixará
Transformar-me em
Borra...
Jamais.

Um comentário:

  1. Primo, fazer poema é que nem jogar xadrez? Se for ainda bem que sei jogar xadrez...rsrsrsrsrs
    Adoro ler o q vc escreve, de verdade!!!
    Abraço
    Fabiano Lobato

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