sexta-feira, 26 de junho de 2009



NASCE O AMOR

O amor nasce em uma tarde de passseio com o cachorro.
Nasce de um olhar diferente, ardente e fixo.
Nasce até em devoção ao crucifixo.
Nasce por ser proibido,
dizem que aumenta a libido.
Simplesmente nasce...
No banco da escola
Nas quartas em que se joga bola
Na música em comum
Nas fotos de quando éramos crianças,
empoeiradas num álbum.
Nasce de um detalhe,
De uma marca
De um sinal que não conseguimos esquecer.
Na sala de estar
Na mesa do bar
Na janela do vizinho
Nos copos de vinho
Nas filas de espera
Nos banhos de mar
Na esperança de chegar ao altar
Nos desfiles de moda
Nas revistas do mundo a fora
Na correria da hora do recreio
Nas cartas entregue pelo correio
Nos pontos
Nos bancos
No aperto do corredor dos ônibus
Por ônus
No livro indicado
No amigo do namorado
No amigo do amigo
No embriagado
No meio do sermão do padre
Na parte podre da cidade.
Nasce do gosto de cada um,
Pode ser um bigode,
Cheiro de bode,
Olho torto ou de peixe morto,
Perna curta, pescoço longo, muito tamanho ou falta de tal.
Nasce das brigas de um casal
Nas cintas-liga, que embalam as pernas para o desejo
Na fantasia sexual
Num simples beijo
Na mulher que passa, com ou sem, corpo monumental
Nas brigas de transito
No socorro aos aflitos
Nos shots pequenos
No suor da esteira ao lado
No supermercado
Nas babás dos filhos
Entre filhos dos filhos
Nos filmes do cinema
Nos fliperamas
Nas brincadeiras infantis em cima da cama
Nas roladas na grama
Na frieza das palavras lidas no computador
No gol do time torcedor
Nas juras de amor
No trabalho
À sombra de um carvalho
Nas conversas do jogo de baralho.
Nasce ao olhar os gestos delicados das mãos,
Do vai e vem das ancas ao andar,
Dos pés descalços a caminhar.
Na poltrona do avião
No samba com cachaça e feijoada
Pelas curvas da empregada
Do carinho pelo cachorro amigo
No ligamento entre umbigo
No cafuné camarada
No ombro confidente
Do abraço no corpo latente
Nas músicas eletrônicas de sábado à noite
No bordel
Dos açoites do chicote
Dentro e fora do motel
Dos romances literários
Dos consoles para solitários
Dos fricotes
Da lembrança de um perfume que o vento traz
De seu gosto que já nem me lembro mais
Da saudade
Das palavras escritas manchadas de lágrimas.
Na lealdade
Nas pernas grossas, ou nos olhos redondos e castanhos
Na boca carnuda
Na pele desnuda.
O amor nasce quando acaba
Enquanto escrevo...
Em ti.

7 comentários:

  1. Ei, só tem dois probleminhas nesse texto: vc escreveu terde e não tarde...e chagar não chegar...bjs
    Um texto lindo não pode ficar errado...

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  2. Amei as fotos... é bom saber que tenho um amigo escritor...sempre achei que tinha um pouquinho de inteligencia escondida em qlq lugar dentro de você...brincadeira, pode ter certeza que sempre vou da uma passadinha por aqui p ver as novidades...

    TE ADORO...gde bj
    Lua (ainda lembra?)

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  3. Salsiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ...amei amei amigo .....muito lindo !!!!! Faz viajar e eu nem gosto né ? Parabéns Migo ..... quem sabe vem um livro por ai ? Bjus ...Si

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  4. rsrsrsrsrsrsrsrs
    vc sempre me fazendo rir...
    adoro

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  5. mas vc entende neh...coisas de loira
    rsrsrsr
    ainda bem que nem sempre é assim.
    Aff!!

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  6. Nossa amei esse poema e adorei o seu blog também, está de parabéns!!!!
    Beijos.
    Valéria

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  7. Alguns amores morrem...outros nem chegam a nascer,porque o amor verdadeiro,habitado ali,dentro do coração partido,se esconde.E cedo ou tarde (talvez na hora exata!!!)retorna pra tomar seu lugar acompanhado de toda alegria e carregado de toda alma....

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