sexta-feira, 2 de setembro de 2011



AGOSTO

Sua voz ao telefone me
Irrita...
Mas é melhor que o vazio
Causado pela falta
Dela.

A estática constante do telefone preenche
Meu tempo de espera...

Vazio e irritante é o tempo
Que não se desvincula de mim...

Sua voz me irrita!
O tempo me irrita!
Eu me irrito!

O que sei fazer?
O que já me disseram que sei fazer?
Pelo que já fui elogiado?
De que eu gosto?
O que me pediram para fazer que eu tenha gostado ou querido?
Para que já fui incentivado?

Minha voz, dentro de mim,
Me irrita!
(essa é a questão)

Mais cinquenta e duas semanas
Mortas de minha vida...
E dentro de mim morre também
Um certo alguém
Que nunca me aceitou,
Que nunca me elogiou:
Uma aberração do próprio DNA.

E essa voz...
Essa voz que não cessa...
Isso me irrita...
Me irrita pra caralho...

Sou o corte aberto que fizeste
E foço valer cada cicatriz.
(se é que os cortes se curam)

Sua voz me irrita demais ao telefone!
… Tenho saudades de ti ao meu lado,
… Em silêncio...
(não muito duradouro)

Vazio...vazio...
Assim como esse mês de agosto.
Agosto de merda,
Termina logo com essa angustia!
Ao gosto de quem?

Finalizo essas palavras deixando
Apenas a pergunta:
Qual minha função,
Nesse mundo de cabeças invertidas?

(há dias na vida
em que dentro da gente
a gente é pior
que todo mundo)

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