quinta-feira, 1 de outubro de 2009






Pior que estar sozinho é sentir-se só.
Sempre à espera de algo, nem sempre de companhia.
Espera-se o nascer do sol, a brisa do vento,
Qualquer que seja o momento.
O espaço fica cada vez mais apertado
Os cômodos menores
Os passos são contados
As paredes não saem da frente
Portas imprudentes.
Os enfeites, em cima dos móveis, parecem oponentes de maratona
Para todo lugar que se olha, lá estão, indiferentes.
Pode tentar se livrar: mas solidão é companhia
Pode sair na carreira, virar nunca para o mesmo lado,
Com euforia olhar para trás - alegria!
Despistou a sorrateira,
Por um instante se acha livre,
Mas logo percebe que ex-liberto está
A senhora não lhe dá ventre livre – sofre calado.
Escravo de uma senhora invisível
Preso no tempo, acorrentado ao espaço.
A fuga sempre a elaborar
Cavando o próprio túmulo intransponível
Na esperança de sozinho nunca mais ficar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário