segunda-feira, 9 de novembro de 2009



ADUBO

Como despedir de um amor?
Amor não se despede
Amor não tem tempo
Amor é presente
Amor fica,
Fica cravado em cada pedaço do corpo,
Em cada lampejo de memória,
Em cada olhar, (perdido)
Em todos os cheiros sentidos,
Em todas as manhãs acordadas,
Em cada noite velada,
Em todos os dias sofridos no trabalho,
Em cada conversa,
Em todos os poemas,
Em cada linha escrita e recebida,
Nas lágrimas derramadas,
No medo de perder, perdendo.
O amor, ah o amor...
Não posso deixá-lo ir...
Não, nunca vou perdê-lo!
Tudo que tive desse amor
Levarei comigo.
Se sou melhor hoje,
Devo a esse amor!
Um amor que nunca,
Nunca terei igual
De novo.
Não despeço de ti amor,
Fico contigo em cada minuto
De minha reduzida vida,
Levarei triturado em mim
Como pó
Em cada poro
O amor que tenho por ti
O amor que ama o amor,
Amor simples e perdido
Perdido em todos os sentidos
E sentimentos.
Mas desse amor não...
Não esquecerei jamais
Tamanha intensidade
Pureza,
Realidade,
Quase um amor canino
Amor pra dar e dizer que não recebe,
Percebe?
Dizer, não é não receber!
Te levarei amor puro
Para dentro da terra
Que é o lugar que merecia eu
Jamais ter saído
Por não perceber tamanha grandeza.
Deveria voltar a ser pó,
Barro,
Voltar a fazer parte da terra
E nela me fundir
Virando adubo
Para que um dia,
Um dia qualquer...
No buraco que fui enterrado
Possa nascer a mais bela flor,
A flor da superação
A flor da transformação
A flor do nosso verdadeiro amor.
Cavo aqui meu fosso,
Nele me deito
Esperando ser adubo
Esperando... esperando...
Esperando... esperando...
Um dia
A flor
De mim surgir
Em forma de amor.

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