AOS 70
Quando as ruas ainda
eram de terra...
Quando o transporte era
feito no lombo animal...
Quando se plantava
comida para o próprio sustento no quintal...
Quando o rock ainda não
existia...
Quando escutava-se:
love me tender...love me sweet...never let me go...
Quando o mundo saía do
terror da segunda e não derradeira guerra...
Quando o futuro amor
ainda vivia de lavrar terra...
Quando o pai, pré
artista pai, ainda registrava as pessoas...
Quando a mãe, sempre
linda e amada, se torva a primeira Miss...
Quando o presidente que
causava orgulho, gerava o nome de um irmão...
Quando todos sonhavam
em ser felizes e viviam na mais perfeita união...
Em uma casa à rua
Marechal Deodoro, que
ainda possuía duas vias de mão...
Viviam-se os anos
dourados...
Os anos incríveis...
Os anos
inesquecíveis...
Em 42 surge o x de
minha futura germinação...
Em 42 surge sua própria
vida.
Duros anos futuros a
seguir, família unida à procura de um final feliz.
Casa-se primeiro, a
irmã do meio,
E muda-se para a
capital Rio de Janeiro...
Casa-se logo depois a
primogênita e vai-se embora de lenta jardineira
Levantando a poeira
Até Carmo do
Paranaíba, cidade do agreste mineiro,
Viajando sozinha ao
encontro do amor que lá residia,
Mudando o rumo de sua
vida, indo à procura de sua história...
História esta que aqui
me encaixo, por ser fruto do tão orgulhoso enlace...
Vida passada,
aproveitada, mudanças frequentes que deram educação,
Amor e conhecimento a
repassar para as futuras gerações...
Hoje agradeço a sua
felicidade vivida nos anos dourados por terem gerado minha Vida...
Assim como devo aos
deuses que contém a sabedoria da natureza,
Devo a ti humana,
Senhora Imaculada,
O amor e a instrução
que me tornaram no que sou,
Sou hoje a concentração
de vários pedaços pulverizados por ti,
Pedaços que farei
questão de semeá-los à eternidade...
Viva os seus para
sempre 70 anos...
Relembre hoje todos os
seus dias de criança, sem sapatos e comida regrada,
Até a querida avó que
se tornastes.
Viva,
Viva minha mãe para
sempre amada:
IMACULADA.
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