terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DÊ UMA VOLTA PELO LADO DE LÁ



DÊ UMA VOLTA PELO LADO DE LÁ
- é onde fica nosso drama, nossa dor -



Se minha vida fosse escrita em uma folha de caderno
Como seria projetada cada história em suas linhas?
Como as páginas seriam alinhadas, numeradas?
E se junto com as palavras,
Fosse desenhado em cada canto direito
Da parte inferior de cada página,
Em cada folha,
Um desenho em movimento
Que fizesse um filme
Quando as folhas fossem passadas
Uma a uma
Bem rapidinho, sem escolha.
Que animação eu seria?
Filme mudo, se não fosse o poema?
Minha história solitária receberia um Oscar:
O curta do ano!
Produção independente de um país desconhecido.
Ninguém no mundo sabe de onde realmente sou,
Onde estou...
O curta seria pura lágrima de uma vida cansada
De procurar o que não se acha
Na frente do próprio nariz.
E como procurar?
E como se encontrar, feliz?
Já cansei de ser quem sou...
E minhas angustias já transformam esse curta
Em um longa francês, sem diálogo...
(complexo)
Me perdi, 
Nem sei mais quem sou...
Torno-me guardador de sonhos
Nem todos bons pra mim,
Mas os guardo, enfim:
Já chorei de mais...
Já sorri de mais...
Me lembro de cada detalhe que abandonei,
É como se o vento soprasse as folhas aleatoriamente,
Suavemente,
Movimentando-me,
Separando-me,
Transformando cada sorriso meu
Em ruga no canto dos olhos:
Sou minhas próprias rugas
Enquanto a boca de outro sorri.

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